Epagri e setor produtivo debatem conquistas e desafios  da pecuária leiteira em Santa Catarina

Epagri e setor produtivo debatem conquistas e desafios  da pecuária leiteira em Santa Catarina


Os gerentes Mario Jovino Alessio e Vagner Miranda Portes participaram da abertura da quinta edição do Focaleite ao lado do presidente da Epagri, Dirceu Leite e de Selvino Giesel (Sindileite) e José Carlos Araújo (Conseleite) (Fotos: Karin Helena Antunes de Moraes / Epagri)

Santa Catarina é o terceiro maior produtor de leite do país. Neste cenário, as regiões Oeste, Meio-Oeste e Extremo Oeste se destacam, produzindo aproximadamente 70% de todo leite do Estado. Em virtude deste protagonismo, eventos como o Fórum Oeste Catarinense do Leite (Focaleite), realizado pela Epagri, na última quarta-feira, 28, são importantes para discutir o panorama e os principais desafios da pecuária leiteira

O presidente da Epagri, Dirceu Leite, que participou da cerimônia de abertura, destacou que o diferencial da produção leiteira catarinense é a agricultura familiar. Segundo ele, “existem 180 mil estabelecimentos agropecuários em Santa Catarina, 85, 86% deles compostos pela agricultura familiar, que enfrentam desafios como o tamanho da área e a topografia”, observa. José Carlos Araújo, presidente do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite (Conseleite), afirma que Santa Catarina é reconhecida pelos outros Estados pela sanidade, pela capacidade técnica dos produtores e pela qualidade do leite produzido aqui. 

A quinta edição do Focaleite recebeu produtores, estudantes, pesquisadores, extensionistas e representantes do setor produtivo no Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Epagri/Cepaf), para trocar conhecimentos acerca da produção leiteira no Estado. O gerente da Epagri/Cepaf e presidente do Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite (CBQL), Vagner Miranda Portes, recordou que o encontro também é uma forma de comemorar o Dia Mundial do Leite, celebrado no dia 1 de junho. Ele salienta que o Focaleite é uma oportunidade para que o setor lácteo possa “reconhecer seu potencial, identificar fragilidades e apresentar demandas, que, em integração com a pesquisa, possam trazer soluções e inovações para o setor”, diz.

Representantes das indústrias de laticínios puderam falar sobre as principais dificuldades enfrentadas pelo setor

Durante a manhã foi realizada a reunião mensal do Conseleite, que divulgou os valores de referência dos lácteos para o mês de maio. Na parte da tarde, as atividades continuaram com uma mesa-redonda, que abordou o tema “Realidades e Desafios do Leite para o Oeste Catarinense”. A discussão contou com a participação de Evair Roberto Rocha (CooperOeste), Alex Rossi (Tirol), Géferson Lucas Capitanio (Lactalis Brasil), Cássio Bueno (Piracanjuba), Cleiton Roberto Dapper (Grupo Lactvit) e Selvino Giesel (Aurora Coop), representando as principais indústrias lácteas que atuam na região. Entre os temas mais debatidos se destacam a logística, os custos de produção e a gestão de propriedades com base em indicadores e custos de produção.

Aquecimento global tem impacto sobre leite 

Por fim, o professor da Udesc, André Thaler Neto, falou sobre os impactos do estresse térmico sobre a composição físico-química do leite. O professor recordou que as vacas são animais muito suscetíveis à combinação entre temperaturas mais elevadas e umidade, por isso, é tão importante criar mecanismos que diminuam estes efeitos sobre o organismo e, consequentemente, sobre o leite produzido. Ele salientou que o aquecimento global tende a intensificar estes efeitos nos próximos anos. Segundo ele, “estamos em um planeta doente. Não há dúvidas de que moramos em uma casa doente, problemática. A pecuária de leite é uma das atividades mais atingidas porque estas mudanças abruptas nos tiram a previsibilidade, por isso, este é um tema que precisa ser debatido. Do ponto de vista do animal, as mudanças climáticas provocam um impacto violento sobre a produção e a reprodução”. 

O professor André Thaler Neto explorou os efeitos do calor sobre a produção leiteira

Complementado os tópicos expostos pelo professor, os pesquisadores Roberto Kappes e Adriana Hauser falaram sobre uma inovação que está sendo implementada em Santa Catarina em parceria com a Epagri/Ciram, os alertas de estresse calórico, que vão permitir que os produtores de leite intensifiquem os protocolos de ventilação e aspersão para minimizar efeitos negativos sobre os animais. 

Por: Karin Helena Antunes de Moraes, jornalista bolsista Epagri/Fapesc



Fonte: estado.sc.gov.br Acessar