Brasil deve terminar o ano melhor do que estimado por projeções

Brasil deve terminar o ano melhor do que estimado por projeções



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Ao comentar os dados sobre a queda na inflação oficial do país no mês de abril, que apontou queda de 0,43% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou estar confiante que o Brasil vai terminar o ano melhor do que as projeções que estão sendo feitas pelo mercado.

Mesmo sem revelar as suas projeções, o ministro disse que o ano de 2026 terá uma situação ainda “mais confortável”.

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“O IPCA está em linha com o que estava projetado. Eu estou confiante que nós vamos terminar o ano um pouquinho melhor do que as previsões. E o ano que vem numa situação mais confortável”, falou o ministro a jornalistas na manhã de hoje (9), na capital paulista.

Haddad participou hoje (9) do lançamento oficial da calculadora de renda variável (ReVar) na sede da B3, na capital paulista. A calculadora, que já está em funcionamento desde o final do ano passado, foi desenvolvida em uma parceria entre a Secretaria da Receita Federal e a B3.

Depois do evento, em entrevista a jornalistas, o ministro comentou sobre o esquema criminoso que foi descoberto na Previdência Social em que diversos aposentados e pensionistas tiveram descontos indevidos e não autorizados em seus benefícios. 

Haddad informou que os aposentados e pensionistas que foram prejudicados com os descontos não autorizados serão ressarcidos e que parte desse ressarcimento será feito utilizando o bloqueio de contas das associações e sindicatos que lesaram os beneficiários. Questionado se a União irá arcar com o restante do ressarcimento, o ministro disse apenas que essa questão será ainda definida. 

“Vamos avaliar aí cada passo para verificar como os prejudicados vão ser reparados pelos danos que foram causados pelas associações que foram desmascaradas pelo governo federal”, disse Haddad.

“A notícia que nós tivemos da Advocacia-Geral da União é que um conjunto apreciável de recursos foram bloqueados das contas das associações que cometeram assaltos. Nós vamos fazer um balanço dessas iniciativas que a Advocacia-Geral da União está tomando e que a Controladoria Geral da União está tomando, justamente para fazer com que quem tem que pagar a conta é quem cometeu o abuso, quem cometeu a fraude. Não é só a responsabilidade penal, existe uma responsabilidade civil também, de ressarcimento de quem foi prejudicado. Essa é a avaliação que está sendo feita e parece que há quantidade de dinheiro disponível dessas associações para começar o ressarcimento de quem foi prejudicado”, acrescentou o ministro.

 

Reforma do Imposto de Renda

A jornalistas, o ministro comentou ainda sobre a reforma do Imposto de Renda, que está sendo relatada pelo deputado Arthur Lira. Haddad revelou que ainda não conversou com Lira sobre a reforma, mas disse acreditar que o relator ainda deverá ouvir o Ministério da Fazenda “para formar um juízo sobre o que está em jogo”.

“Nós estamos à disposição para prestar os esclarecimentos, mas assim que ele nos procurar – e ele já sabe que eu estou 100% à disposição do Parlamento, sobretudo do relator – nós vamos apresentar para ele os nossos cálculos e mostrar que está mais fácil do que parece aprovar essa grande reforma da renda, que visa buscar a justiça”, falou o ministro. “Hoje nós temos um sistema em que a professora de escola pública paga imposto de renda, o policial militar e o bombeiro pagam imposto de renda e quem ganha R$ 1 milhão de reais por ano não paga nada. Nós estamos fixando uma alíquota mínima para todos os brasileiros que tem essa renda para começar uma correção das grandes injustiças”, acrescentou.

 

Para o ministro, o Brasil vai viver “uma revolução” com as reformas, principalmente a tributária. “A mudança vai ser tão grande que nós vamos sair de um caos e de um inferno para um ambiente transparente, simplificado e digitalizado”, disse ele.

Tarifaço

O ministro também voltou a comentar sobre os efeitos da política de tarifaço que está sendo aplicada pelo governo dos Estados Unidos. Segundo Haddad, turbulências estão sendo enfrentadas em todo o mundo.

“Tenho conversado com os meus pares e todo mundo está sofrendo com os efeitos dessa turbulência, seja na Colômbia, no México, qualquer lugar. Cada um está enfrentando à sua maneira. O que eu entendo é que o Brasil está bem posicionado para enfrentar essa turbulência. Nós vamos continuar crescendo, vamos continuar gerando emprego, vamos trazer a inflação para dentro da meta, mas vamos continuar gerando oportunidade de renda, trabalho e renda no Brasil”.

Revar

O Programa Auxiliar de Apuração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física para operações de Renda Variável (ReVar) é a calculadora oficial da Receita Federal, elaborada em parceria com a B3, para calcular o imposto incidente sobre a renda variável de pessoas físicas. Essa ferramenta permitirá automatizar completamente o processo de apuração de ganhos em renda variável e, por consequência, o cálculo do Imposto de Renda devido nessas operações.

Segundo o ministro Haddad, a calculadora é um mecanismo “muito simplificado” para declarar os ganhos em renda variável. 

“Com essa ferramenta, tudo fica automatizado, inclusive a ideia de que, uma vez autorizada, a Receita passe a incluir na declaração eletrônica pré-preenchida todos os ganhos que as pessoas têm para investir nesse tipo de mercado. Isso vai permitir dar um salto de qualidade”, falou.

Depois dessa ferramenta, o governo também espera anunciar, em breve, uma que permita calcular digitalmente o imposto sobre o consumo.

“Isso está no espírito da digitalização completa da economia brasileira que já está em curso e vai ganhar atração a partir do ano que vem, com a digitalização do Imposto sobre Consumo. Então, daqui a pouquinho, eu diria em cerca de dois ou três anos, toda a economia brasileira estará digitalizada”, disse o ministro. “O governo vai deixar de ser um problema e vai ser um amigo do contribuinte e do cidadão”, completou.

 

A calculadora ReVar é gratuita e está disponível na área do investidor da B3. Segundo a bolsa de São Paulo, os investidores precisam apenas autorizar que os dados sejam compartilhados com a Receita.

 



Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br Acessar