Epagri monitora a costa catarinense com equipamento instalados em dez pontos estratégicos (Fotos: Divulgação / Epagri)
Os avanços, desafios e o futuro da Rede Nacional de Observação e Monitoramento dos Oceanos (ReNOMO) estiveram em discussão em Florianópolis, durante workshop da instituição, realizado no auditório da Epagri no dia 8 e 9 de abril. A Rede integra diferentes instituições voltadas à pesquisa de observação e monitoramento da zona costeira e dos oceanos Atlântico Sul e Tropical, com a coleta de dados, controle de qualidade, distribuição operacional de dados e produtos oceanográficos, monitoramento oceanográfico e climatológico, alicerçando a oceanografia operacional para os setores público e privado.
O Workshop Rede Nacional de Observação e Monitoramento Oceânico: Avanços e Perspectivas, teve como principal objetivo apresentar os avanços e debater estratégias para garantir a sustentabilidade da Rede. Participaram diversas instituições, entre elas Marinha do Brasil, IBGE, INPO e SimCosta.
A Epagri/Ciram realiza o monitoramento costeiro de Santa Catarina há mais de dez anos. São marégrafos e outros equipamentos instalados em dez pontos estratégicos distribuídos ao longo da costa catarinense. Eles medem e transmitem dados de forma automática, publicados em tempo quase real no link “Litoral”, do site da Epagri/Ciram. Graças a essa rede, Santa Catarina é hoje referência nacional em monitoramento do mar.
Importância estratégica da observação sistemática
“O evento reforçou a importância estratégica da observação sistemática da zona costeira e oceânica no contexto da Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030)”, relata Luis Hamilton Garbossa, gerente da Epagri/Ciram e representante da Epagri no workshop. Na abertura, o representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), destacou as ações nacionais alinhadas aos compromissos globais da Década do Oceano.
O Workshop serviu para que os participantes ressaltassem a necessidade de institucionalizar a ReNOMO como uma infraestrutura científica nacional, buscando alianças com universidades, agências ambientais, setor produtivo e organismos internacionais. Também foram discutidas propostas de integração entre plataformas de coleta de dados, iniciativas de modelagem e programas educacionais.
A programação contou com palestras, painéis temáticos e sessões de discussão, organizadas em torno de quatro grandes eixos. Um dos temas discutidos foi o uso de plataformas fixas, como boias e marégrafos, incluindo experiências do SiMCosta, IBGE e Epagri. Em outro eixo foram abordadas as plataformas móveis e hidrografia, destacando projetos como o MOVAR, PIRATA e iniciativas de rastreamento de animais marinhos. As plataformas remotas também estiveram em debate, com foco no uso de sensoriamento remoto, satélites e modelagem para monitoramento de parâmetros físicos, biogeoquímicos e eventos extremos como ondas de calor marinhas. Por fim, o evento tratou das ações transversais, com ênfase na instrumentação, modelagem oceânica operacional e iniciativas de capacitação como a Escola de Verão.
“O workshop marcou um ponto de convergência entre ciência, gestão e inovação, reafirmando o papel do Brasil na construção de uma governança oceânica baseada em evidências, em sintonia com os princípios da sustentabilidade e da cooperação internacional”, destaca Luis Hamilton. Ele pondera que a costa brasileira, com mais de 7 mil quilômetros de extensão e grande diversidade de ecossistemas e usos econômicos, requer dados confiáveis, contínuos e integrados para subsidiar políticas públicas, conservação ambiental, gestão pesqueira, infraestrutura costeira e resposta a eventos extremos.
Fonte: estado.sc.gov.br Acessar