Um grupo de trabalho, integrado por professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está elaborando um curso para formação de estudantes em transformação digital. A informação foi dada pelo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, durante o Festival do Conhecimento, encerrado nesta sexta-feira (30).
“Vamos começar o mais depressa possível um curso de bacharelado relacionado à ciência e tecnologia, a humanidades e à cultura, com uma única habilitação: a transformação digital”, disse Medronho.
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A coordenadora-geral de Transformação Digital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Eliana Azambuja, representou a ministra Luciana Santos no evento e apresentou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), aprovado pela Presidência da República no mês passado. Segundo Eliana, esta foi a primeira vez que o plano foi apresentado em uma universidade.
O plano foi desenvolvido com foco no bem-estar social e prevê investimento de até R$ 23 bilhões, nos próximos cinco anos. Eliana Azambuja disse que um dos objetivos do documento é “formar, capacitar e requalificar pessoas em IA em grande escala para valorizar o trabalhador e suprir a alta demanda por profissionais qualificados”.
Humanidades
Falando nesta quinta-feira (30) à Agência Brasil, a pró-reitora de Extensão da UFRJ, Ivana Bentes, informou que o curso em elaboração pretende responder à transição digital. Esclareceu que a UFRJ vai investir em uma formação transdisciplinar que responda ao impacto da transição digital. “Isso implica desde a formação de desenvolvedores que a gente já faz, por exemplo, no Instituto de Computação mas, principalmente, incluindo também o campo de humanidades, inclusive humanidades digitais”.
Ivana destacou que será observado como essas tecnologias e a transição digital impactam em todas as ciências humanas: antropologia, comunicação, ciência social. “Essa formação incluiria, o que é novidade, o campo das humanidades digitais: saúde, artes, ciência e tecnologia. De fato, são todos os campos da produção do conhecimento, com o qual a UFRJ já tem formação. Mas seria uma formação complementar para os nossos estudantes, com uma característica importante de serem cursos de várias durações. Quem está fazendo medicina, por exemplo, poderá fazer essa complementação na área de transição digital. A ideia é multiplicar essa formação, de forma articulada, com cursos das mais variadas durações, cursos de maior especialização, com flexibilidade, para que o estudante da UFRJ possa complementar sua formação nesse campo”.
A pró-reitora deixou claro que o anúncio feito por Roberto Medronho se refere apenas ao início de elaboração do curso de transição digital. O grupo de trabalho envolve professores da graduação, pós-graduação e extensão e vai pensar a proposta de formação transversal. O projeto é impulsionado pelo Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) e o Festival do Conhecimento funcionou, de certa forma, como um “mapeamento dos temas considerados cruciais, como impacto da IA na formação, na produção do conhecimento, nas pós-graduações, na vida do estudante, no trabalho, nas populações vulneráveis”, apontou Ivana Bentes.
O grupo de trabalho já fez duas reuniões. O curso de transição digital é uma prioridade do reitor da universidade, assegurou Ivana, que admitiu que a ideia é que o projeto seja viabilizado “muito em breve”.